39. Conhecendo o Sogrão

Luan: Amor você acha que não vai ter frio? - me olhava.

Mel: Não amor, se tiver você me esquenta. - brinquei com ele. 

Luan: Isso é o que você quer né? - riu malicioso e entramos no carro que Rafa tinha alugado. 

Chegamos em casa dos meus e eu como tinha a chave fui logo entrando puxando Rafa. Mas antes de subirmos as escadas Luan puxou minha mão me fazendo parar. 

Luan: Amor eu tô nervoso. - me olhava implorando por ajuda. 

Mel: Rafa vai dar tudo certo, lembra do que você disse? - Passei a mão em seu rosto. - Você está suando frio Lu. Se acalma por favor amor. - pedia paciente. Abracei-o e a sua respiração foi acalmando. - Até parece que é a primeira vez que conhece um sogro. - ri tentando descontraí-lo. 

Luan: Não é  a primeira, mas com certeza é a vez mais importante. Além do mais o caso não é fácil. - Respirou fundo e o larguei olhando em seus olhos. 

Mel: Eu não sei como vai correr a conversa, mas é com você que eu vou voltar, independente de alguma coisa viu? - o encarei.

Luan: Eu te amo. - me olhou nos olhos e nos beijamos, terminando com selinhos e sorrisos. 

Subimos as escadas e fomos em direção á sala de jantar. Na porta vi meu pai e minha mãe assistindo tv no sofá. Olhei Rafa e ele sorriu de canto me dando a certeza de que estava preparado. 

Mel: Pai, mãe, chegámos. - Eles olharam para a gente e fomos até ao meio da sala. Minha se levantou e veio me abraçar enquanto meu pai continuava sentado encarando a gente. 

Ana: Está tudo bem contigo meu amor?

Mel: Está tudo perfeito. É, mãe é o Luan, amor é a minha mãe, Ana. - ouvi meu pai pigarrear e sei que foi por chamar "amor" a Luan. 

Luan: Muito prazer em conhecer a senhora, D. Ana. - cumprimentou minha mãe que embora não respeitasse também o nosso namoro não era tão rígida como o meu pai. 

Ana: O prazer é meu e chama-me só de Ana. 

Mel: Pai como você está? - me abaixei para o cumprimentar, já que ele ainda não se tinha levantado. 

Gonçalo: Já estive melhor. - olhou para Luan que apertou minha mão forte. 

Mel: Pai é o Luan. Rafa é o meu pai, Gonçalo. 

Luan: Prazer Sr. Gonçalo. - estendeu a mão ao meu pai que ao contrário do que pensei retribuiu. 

Ana: Sentem-se, vou á cozinha buscar o jantar. - disse quebrando o clima tenso que se fazia sentir. 

Me sentei com Luan a meu lado e meu pai logo se levantou ocupando o topo da mesa. Minha mãe logo trouxe a travessas e nos serviu. 

Ana: Filha já foste visitar a avó? - Perguntou após um período em silêncio. 

Mel: Já mãe, fomos jantar lá ontem. E amanhã no show ela vai com a gente. Vocês também vão né? 

Gonçalo: Fazes o favor de não falar brasileiro Melissa? - me olhou sério. 

Mel: Desculpa pai, é o hábito. 

Gonçalo: Conheço muito bem esses teus maus hábitos. - olhou Luan de lado - E quanto ao concerto nós vamos para o camarote, a tua mãe insistiu, porque por mim eu nem metia lá os pés. 

Luan se mantinha calado e o clima tenso persistia. Comemos em silêncio e quando minha mãe voltou com a sobremesa o Luan apertou minha perna por baixo da mesa me avisando que iria falar. 

Luan: Sr. Gonçalo, Ana. - olhou os dois que o encararam esperando ele falar. - Eu quero dizer para vocês que ... - fez uma pausa e me olhou - não roubei a Melzinha de vocês, nem quero. A gente se conheceu e aconteceu de nos apaixonarmos, não foi nada planejado, foi acontecendo. Embora a gente se conheça há pouco mais de dois meses é como se nos conhecêssemos faz tempo. Nós nos entendemos como ninguém, e a confiança que temos um no outro é uma confiança que só existe em casais que estão juntos há anos. - Meus pais ouviam-no atentamente e eu me perdia no meu namorado - Eu sei que a minha vida não é fácil, mas a Melissa me aceitou assim e eu só tenho de lhe agradecer por me amar com tudo que me envolve. Eu sei que já deveria ter falado com vocês antes mas não deu, e mesmo que vocês digam que não eu tenho de dizer isso. Eu quero pedir a vossa permissão para continuar namorando a vossa filha. 

 Meu pai o olhou sem demonstrar nenhuma reação, já minha mãe me olhava e sorria de canto vendo o meu olhar doce e emocionado sobre Luan. Quando o meu pai ia falar a campainha tocou e minha mãe foi atender. Ficamos esperando e quem eu menos queria ver apareceu. Não entendi o porquê da visita, mas quando vi meu pai se levantar e o cumprimentar fiquei com a certeza de que foi ele que o convidou. Continuei sentada e Luan assistia a tudo.

Rui: Olá Melissa. - respirei fundo antes de lhe responder e Luan me olhou. 

Mel: Olá Rui. - Dei um sorriso amarelo e voltei a olhar para o prato. 

Rui: O teu pai disse-me que vinhas a Portugal, decidi fazer-te uma visita. Aliás, amanhã vamos ao concerto, o Pedro, a Catarina, a Rafaela e o João.- não disse nada - Tu está linda Mel. - continuei não o olhando e Luan apertou minha perna de novo.

Mel: Rui, deixa eu te apresentar uma pessoa muito importante pra mim. - olhei Luan - Rui é o Luan meu NAMORADO - Fiz questão de frisar - Amor, é o Rui, um colega do ensino médio.

Rui: E o rapaz que você gostou ou ainda gosta, não sei. - ri irónica não acreditando no que ele disse. 

Mel: Você acha que depois do que passei ainda gosto de ti? - Me levantei e o encarei séria. Luan se levantou também segurando minha mão. 

Gonçalo: Não sabia que vocês já tiveram um caso. - falou com um sorriso de canto - Mas fazia muito gosto em ter o Rui como genro. Porque nunca nos contaste isso Mel?

Mel: Caso? - ri - O senhor só pode estar brincando. Eu apenas gostei dele mas me arrependo amargamente por isso. E claro que o senhor fazia gosto, ele está se formando em medicina né? Só podia ser sua a ideia de o chamar logo hoje. 

Gonçalo: Melissa eu dei-te educação, o Rui é meu convidado e quem está mal que se mude. - falou autoritário e olhou pra mim e pra Luan. 

Mel: Entendi pai. Realmente a gente vai embora mesmo. - peguei meu casaco e meus olhos lacrimejaram. - Mesmo o senhor não tendo dado permissão para eu e o Luan continuar namorando é com ele que eu vou ficar. - peguei na mão de Luan que me seguiu.

Ana: Filha, não vás embora.- se colocou na frente da porta. 

Mel: Mãe me deixa ir, você ouviu o que o pai disse. Vocês não entendem que sendo contra só nos aproxima mais? Vocês acham que é fazendo esse teatrinho que eu e o Luan nos vamos separar? A gente se ama e o nosso amor é maior que tudo isso. - já chorava e Luan me abraçou por trás enxugando as minhas lágrimas. 

Gonçalo: Você ainda vai voltar chorando porque ele te traiu, ouve o que eu te digo filha.

Luan: Se o senhor acha que eu alguma vez traí alguém aconselho a me conhecer primeiro antes de julgar. - encarou meu pai - Eu odeio traição e magoar a Mel é a última coisa que eu quero. 

Mel: Sabe pai? Eu achei que nestes meses em que não nos falámos o senhor tinha percebido que não vale a pena ser assim. Mas o senhor prefere me atirar para os braços de um - olhei Rui com nojo - cafajeste do que me ver feliz com quem me ama e cuida de mim. 

Gonçalo: Como é que ele cuida de ti se passa a vida a viajar? - me olhou desafiador. 

Mel: A família dele me acolheu e a gente não fica muito tempo separado, porque eu vou viajar com ele ou o Lu faz um esforço e mesmo chegando de madrugada fica comigo. O senhor está aí tão feliz pelo Rui mas sabe de uma coisa? - O que iria revelar iria ser novidade para todos - Lembra quando eu fiquei sem comer, só queria ficar no quarto, chorava imenso, baixei minhas notas, e quando desmaiei e fui parar no hospital com princípios de depressão? Lembra? - meu pai assentiu - Lembra também dos psicólogos que eu passei e nada de melhoras? Sabe porque eu fiquei assim pai? Ninguém sabe, só eu! - apontei para mim e continuei falando enquanto as lágrimas desciam - Foi culpa dele. - apontei para Rui - eu gostava do Rui, pai, mas ele quando soube ao invés de vir falar comigo e ser sincero, não! Ele preferiu gozar comigo e dizer mentiras sobre mim para todos os nossos amigos. Isso me matou aos poucos e sabe quem estava lá para me animar e me fazer sentir um pouco melhor que fosse? O David e o Luan, que mesmo não os conhecendo ainda, já me faziam bem e se eu melhorei, fazendo todos se admirarem com a minha recuperação repentina, o Luan foi um dos motivos. Ele sempre limpou minhas lágrimas e me deu sorrisos ao contrário de vocês- olhei os três que me olhavam surpresos e minha mãe chorava - que só me fazem chorar e me magoam.

Gonçalo: Mel - se aproximou - eu...eu não sabia que tinha sido o Rui! - o olhou sério e Rui abaixou a cabeça se entregando. 

Mel: Claro que não, você só liga para aparências.

Gonçalo: Filha. - pegou minha mãe e eu tirei rápido - Me desculpa por isso, eu não sabia. Rui, vai embora, eu não quero ver-te mais na minha frente. -falou sério e Rui passou por nós olhando pro chão. 

Mel: O senhor errou feio pai. Eu não o vou conseguir perdoar assim tão rápido. - Luan me abraçou de lado e beijou minha cabeça. - A gente vai indo. Até amanhã. - saí dali correndo com Luan e nem me despedi direito deles. - Amor segue a direção para a Sé por favor. - pedi a Luan que conduzia preocupado me olhando de minuto em minuto. 

Estávamos chegando á Sé e indiquei para ele estacionar. Eu precisava arejar e colocar as ideias em ordem para puder responder ás perguntas que Luan com certeza teria. Saímos em silêncio e Luan me estendeu a mão. Eu tinha a certeza que ele nunca me deixaria e mais calma peguei em sua mão o guiando para um local que sempre me fez sentir livre e capaz de tudo - a Ponte D.Luís

Luan: Que lindo aqui. - olhava entusiasmado - É incrível a vista daqui amor.

Mel: É maravilhoso mesmo. 

Luan: Vou pedir pra tirarem uma foto da gente. - um senhor estava passando naquele momento e Luan pediu.

Mel: Amor? - olhei Luan que apreciava cada luz daquela zona. 

Luan: Não precisas me contar nada Mel, eu percebi tudo e só me pergunto porque não quebrei a cara daquele playboyzinho. - disse com um pouco de raiva. - Foi ele que te destruiu amor. - colocou meu rosto entre minhas mãos. - Só de imaginar você frágil sofrendo daquele jeito. - passou as mãos em meu cabelo e o  abracei. 

Mel: Você me reconstrui de novo e quando você me beijou pela primeira vez foi como se eu renascesse. É demais o que eu sinto por você, eu te amo tanto. 

Luan: A gente se ama demais porque a gente se vive Melzinha.- olhou em meus olhos e limpou a lágrima que tinha rolado. Luan olhou em sua volta e assegurando-se de que não estava ninguém passando gritou. - EU TE VIVO MELISSA. - me olhou e rimos.

Mel: EU TE VIVO RAFA. - Ele me virou rapidamente para ele e me beijou profundamente. Percorremos a ponte do Porto a Vila Nova de Gaia e vice-versa. Fomos até ao hotel cantando e só Luan tinha o poder de arrancar de mim a mágoa que sentia. No hotel tomamos um banho quente cheio de amor e adormecemos. 

Luan On:

Eu não suportava ver a Mel assim triste e magoada. O jantar teve um clima pesado e acabou em discussão, já sabíamos que corríamos esse risco, mas também sabíamos que ficaríamos juntos de qualquer jeito. O pai dela era rígido e me intimidou um pouco mas depois que ele deu conta da besteira que fez chamando aquele cara eu vi que logo mais ele nos aceitaria e embora não gostasse de mim me engoliria. Melissa adormeceu em meus braços e eu peguei no sono com uma decisão. 

Boa noite amores ! Ih foi tenso. O pai da Mel armou pra ela mas ficou sabendo algo que o deixou arrependido. A Mel não conseguiu desculpar o pai dela e Luan sempre um fofo né? Quero um Luan na mnha vida *.* Qual será a decisão tomada pelo Luan? Não se esqueçam que falta pouco para o show.COMENTEM BASTANTE. Beijocas !