57.Puffola

Denise: Você escreve também? - perguntou curiosa encarando o texto escrito por Melissa

Luan: Não. Mas deixa te mostrar algumas letras conhecidas da galera. - Peguei rápido no caderno e mostrei algumas composições. A visita pelo meu quarto continuou e no fim decidi mostrar a foto com a Mel em Paris, Denise não perguntou nada acerca disso, mas vi na sua cara a frustração de talvez não ser ela. 

Denise: Muito obrigado Luan.

Luan: Que é isso, uma honra estrear um programa no Amaury Jr. - A entrevista terminou. 

Mari: Já terminaram, que bom, preparei um almoço pra vocês. - Mamusca chamou e a equipe aceitou. 

Luan: Mamusca temos mais uma pessoa pro jantar. - sorri lembrando de Mel. 

Mari: Que bom, é pra fazer algum prato especial? - perguntou enquanto nos servíamos. 

Luan: Não mamusca. Faz o que a senhora quiser. 

Denise: D. Marizete a sua comida é ótima.

Mari: Obrigado. - deu um sorriso frouxo e percebi que minha mãe não foi com a cara dela. 

Depois do almoço me despedi da Arleyde e do Rober e da equipe de reportagem. 

Denise: Luan obrigado pela entrevista, pelo almoço e pelo convite, não era necessário mas gostei. Que horas é pra eu estar aqui? - Não estava a perceber o que ela falava. 

Luan: Convite?

Denise: Pra jantar, cê mandou sua mãe colocar mais um prato. 

Luan: E quem disse que o convidado é você? - segurei o riso e ela ficou com uma cara constrangedora. 

Denise: Ah, eu pensei que...

Luan: Pensou errado. A gente já falou o que tinha pra falar né? Não insiste Denise. 

Denise: É a sua namorada que vem cá? - perguntou irónica. - Ai que é isso. - gritou e me assustei com a sua reação, só percebi quando vi o Puff saltando para as pernas da Denise e ri da cena. 

Luan: É o Puff. ele não faz mal, não esquenta. - disse rindo pegando no Puff que se virou pra Denise e ladrou. - Ei leãozinho, tem cama.

Denise: Que cachorro mais bravo. - falou com receio se afastando. 

Luan: Não é não, né Puffola? Cê quer o colo de quem hein? - falei manhoso com ele - Da Melissa é? - ele fez um grunhido de choro e sorri de canto, até ele estava com saudade dela. - Não chora garotão. 

Denise: É ela que vem mais logo né? - insistiu. 

Luan: Não é da sua conta. Sua equipe está te esperando, melhor você ir. - virei costas e fechei a porta. 

Voltei para o meu quarto, fiquei curioso acerca do que Melissa tinha escrito. Puff veio comigo e assim que abri o caderno vi a data, tinha sido no fim de semana antes da gente terminar. 

"Meu amor eu queria não escrever nada disto aqui, era sinal de que a gente estava bem e que eu não tinha que tomar a decisão mais infeliz da minha vida. Escrevo com as lágrimas caindo e o meu coração despedaçado. Aqui no seu quarto eu me sinto bem, é como um refúgio onde posso matar a saudade de você, tem seu cheiro, suas coisas, tem você aqui. A vida por vezes nos prega partidas que não entedemos o porquê disso. Eu continuo sem entender porque tem de ser assim, porque tenho de terminar com você. Vou entender perfeitamente se você não quiser mais olhar na minha cara, e se brigar feio comigo. Eu juro que entendo. A gente apenas vai dar um tempo, não é o fim, porque o nosso amor não tem fim.  Deus nos juntou e eu tenho a certeza que o mundo pode rodar e rodar, que a gente vai sempre se encontrar. Somos um só coração, um só amor. Você e eu, eu e você. É mais forte do que a gente imagina, e eu só quero lembrar que te vou seguir pra onde você for, vou estar em cada pedaço de você, em cada letra das suas músicas, em cada melodia da sua voz. Eu te amo eternamente Rafa. 

"Não lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo, já era amor antes de ser."

da sua eterna garota, Melissa"

Melissa quando quer consegue colocar em palavras os mais puros sentimentos e escusado será dizer que me emocionei, pra valer. 

Bruna: Pi posso abrir? - Bruna batia na porta, limpei rápido as lágrimas. 

Luan: Pode Pi. 

Bruna: Cê viu o Puff? 

Luan: Eu trouxe ele pra cá, procura aí. 

Bruna: Ah, está aqui meu amor. - se abaixou pra pegar no Puff. - Ué Pi tá tudo bem? 

Luan: Aham. 

Bruna: Não parece, você esteve chorando? - disse admirada se sentando na cama ao meu lado. 

Luan: Não. - falei sério e ela me olhou com a sobrancelha levantada. - Tá bom, sua cunhada escreveu um texto sem eu saber no meu caderno. - lhe mostrei e ela logo começou a ler. 

Bruna: Nossa. - disse limpando algumas lágrimas - Que lindo, ela te ama muito Pi, não desiste. 

Luan: Não vou, a gente ainda namora na minha cabeça e no meu coração. Além do mais ela vem cá hoje, vou conversar com ela. 

Bruna: A mãe me falou, mas pensei que fosse um amigo. Vai dar tudo certo. - me abraçou e me deixou ali no quarto entre pensamentos. Decidi escrever e foi isso que fiz. 

Mel on: 


Quando saí ontem de noite não imaginaria que acabasse do jeito que acabou. Fiquei com um menino mas dei o fora assim que percebi que estava fazendo besteira. Cheguei chorando em casa e me deparei com Luan preocupado comigo. Quando lhe fiz o pedido não foi da boca pra fora, eu estava com saudade dele e precisava de sentir que ele ainda me amava e que não havia resquícios de mágoa. O jeito carinhoso com que ele agiu comigo só fez me arrepender ainda mais do que fiz. Eu sabia que Denise andava armando alguma e quando vi as notícias fiquei doida da vida, eu confiava em Luan e sabia que ele se fez não foi por querer. Estava terminando de me arrumar pra jantar na casa dele quando recebi uma mensagem:


"Soube que vai jantar com o ex, eu que saiba que você não anda cumprindo com o combinado, eu acabo com a sua raça garota".


Ela não me assustou, acho que depois de me tirar o Luan nada me que venha  me assusta mais. Passei meu perfume e quando estava calçando os sapatos a porta do quarto bateu.


Mel: Entra Rafa. - Vi Luan espreitar e sorri boba, ele me olhou e dei uma voltinha brincando com ele.

Luan: Tá linda Melzinha. - falou meigo.

Mel: Obrigado, vamos?

Luan: Só se for agora. - Deu-me passagem e seguimos. - Mel antes da gente entrar em casa, queria dizer que preciso falar com você depois.

Mel: Claro. - assenti e ele me roubou um beijo.


Luan deu espaço pra eu entrar e Bruna veio me abraçar.


Bruna: Cunha ainda bem que você saiu de casa hein? A gente estava com saudade sua.

Mel: Eu também estava com saudade.

Mari: Bruna quem chegou? - perguntava vindo da cozinha - Ah minha nora, é você. - correu pra me abraçar e retribuí o carinho. - Que maravilha que você veio jantar com a gente, pensei que o Luan fosse trazer um amigo dele, mas assim até gosto mais. - confessou e rimos.

Luan: Gostou da surpresa Mamusca?

Mari: Demais meu filho. - Nos olhou - Vocês...? - insinuou que voltamos

Mel: Não Mari.

Luan: Ainda. - corrigiu-me e Mari riu.

Amarildo: Norinha que bom te receber de novo aqui. - me cumprimentou com um abraço e eu estava um pouco estranha por estar ali, mas eles me faziam esquecer que terminei com Luan e parecia que não estavam chateados comigo. - Vocês voltaram? - também perguntou curioso.

Luan: Ainda não pai, a muié é difícil. - rimos com a sua resposta e ficamos na sala conversando um pouco enquanto a comida estava no forno. - Sabe quem está morrendo de saudade sua? - me olhou e neguei - o Puffola. Onde ele tá?

Bruna: Puff. - chamou e ele veio correndo. - Olha a Mel. - Assim que ele me viu veio todo feliz pra cima de mim, me lambendo e me acariciando.

Mel: Seu lindão, tava com saudade sua também. - rimos do jeito empolgado dele que sossegou no meu colo.

Luan: Ele estava capaz de morder a Denise hoje. - ao ouvir o nome dela ele ladrou - Né rapaz, cê queria é Mel né? Sai ao dono. - brincou com ele.

Mari: Vamos jantar que já ouvi o forno tocar.

Nos servimos e como sempre a comida estava deliciosa. E as conversas eram super animadas, estava com imensas saudades daquela família.


Mari: O Natal é já na próxima semana. Cê vai com a gente né Mel?

Mel: Vou sim.

Mari: Então depois a gente combina e passa lá na sua casa pra te buscar.

Luan: Ela pode passar a noite aqui, depois vai logo cedo com a gente.

Mel: Não dá, tenho de trabalhar até ao limite.

Amarildo: E as férias cê vai pro México com a gente?

Bruna: Claro que vai pai, ela não é doida de recusar ir no México.

Mel: Na verdade, não vou. - falei e torci a boca. - Eu tenho coisas pra fazer.

Luan: Você me disse que estava livre. - me olhava confuso.

Mel: Estou, mas vou aproveitar para adiantar algumas coisas e tenho uma viagem também.

Bruna: vai viajar sozinha?

Mel: Não. - não adiantei mais para que não soubessem que estava pensando em voltar pra Paris.

Bruna: Vai pra onde?

Mari: Bruna a menina pode não querer dizer né? - a repreendeu.

Amarildo: A virada cê já sabe que vai passar com a gente lá em Goiânia no show do Luan né? - me olhava de um jeito irrecusável.

Mel: É, estava pensando em levar os pais do David também.

Amarildo: Traz sim, com certeza. A gente que vai viajar logo nessa semana se não a gente ía passar uns dias na chácara pescando.

Mel: Temos de combinar um dia todos.

Amarildo: Com certeza.


Depois do jantar ajudei Mari a levantar a mesa mesmo ela negando a minha ajuda. Mas eu insisti. Luan estava lá nos vendo e esperando uma oportunidade para a gente conversar.


Luan: Agora a mamusca dá conta do resto, vem cá Mel, eu quero conversar. - me puxou pelo braço e olhei Mari me desculpando recebendo um sorriso de que estava tudo bem. Luan me levou pro quarto e trancou a porta.

Mel: Pra quê trancar?

Luan: Pra ninguém incomodar a gente ué. - se sentou na cama e o acompanhei. - Eu hoje descobri uma coisa no meu caderno de composições. - me lembrei do texto. - E me emocionei demais. - me confessou olhando dentro dos meus olhos.

Mel: É. - foi tudo que consegui dizer.

Luan: Eu não vou dizer que a tudo que você escreveu é verdade acerca da gente voltar e tal, até porque eu sei que a gente não terminou, pelo menos pra mim. Você continua viva aqui dentro. - não pude deixar de lhe sorrir - E é só você querer que a gente volta a ser o que era.

Mel: Eu quero Rafa, mas não posso.

Luan: Aham. Mas isso não quer dizer que a gente possa ficar sem se beijar ou fazer amor né? - me olhava sapeca.

Mel: Você que me rouba beijos. - fingi estar ofendida.

Luan: Ontem você que me roubou. - retrucou e rimos feito crianças até nos encararmos sérios e o silêncio reinar entre a gente.


Rafa foi se aproximando de mim e eu não consegui me afastar, a gente estava atraído feito íman e senti a respiração dele cada vez mais próximo tocando nossos narizes. Me aproximei um pouco e Luan tocou os meus lábios de leve aprofundando logo em seguida. Um beijo quente onde as mãos bobas não se mantiverem no mesmo lugar e sentiram urgência em tocar os nossos corpos. Sem que desse conta Luan me deitou devagar na sua cama. Embora eu quisesse, depois de sermos interrompidas em minha casa eu não me sentia preparada para me entregar agora. Porque só a imagem da Denise passava na minha cabeça.


Mel: Rafa. - pedi ofegante sentindo ele abusar do meu pescoço - Rafa, por favor pára.

Luan: Parar agora que nem começamos? - continuou com as carícias.

Mel: Eu não posso, não podemos fazer isso. - Ele me encarou e me afastei dele. - Me leva pra casa por favor.

Luan: Desculpa, eu não deveria ter prolongado as coisas. Eu vou te levar. - disse rápido se levantando e saindo do quarto. Me recompus e desci as escadas encontrando todos na sala pra se despedirem.

Mari: Fica aqui minha filha.

Mel: Não posso Mari. - olhei Luan e ela sorriu compreendendo.

Amarildo: Pra semana a gente se vê.

Bruna: Cunha no finde vem pra cá?

Mel: Não vai dar Bru, estou pensando em visitar os pais do Vi lá em Minas. - assim que disse isso ouvi Luan respirar pesado. - Já que não vou lá no Natal, vejo eles antes.

Mari: Faz bem minha filha. Vai lá, vai te fazer bem.

Bruna: Não esquece a minha prenda hein? - disse divertida e neguei com a cabeça a abraçando de seguida.

Mel: Obrigado pelo jantar, até pra semana. - Entramos no carro e fomos metade do caminho em silêncio. - Você tem escrito muitas músicas? - quebrei o silêncio e ele me olhou voltando a atenção pra estrada de novo.

Luan: Algumas, hoje escrevi uma, se conseguir trabalhar ela no estúdio do Dudu mostro no Natal pra família. - sorri com essa hipótese.

Mel: Queria que você me tivesse mostrado hoje.

Luan: Quando ela estiver pronta você vai ser a primeira.

Mel: Obrigado. - continuamos calados. - A minha música está no top há duas semanas, cê sabe? - lhe informei entusiasmada.

Luan: Sei sim, quando a gente faz algo com o coração sai sempre coisa boa. - sorri boba.

Mel: É verdade, nada como deixar o coração falar.

Luan: Quem terminou comigo foi a sua cabeça, a razão, né? - me atirou á cara.

Mel: Se você sabe, pra quê perguntar.

Luan: Sábado estou em Leopoldina/MG , você não quer comparecer no show, é só uma hora e meia de caminho? - me olhava esperançoso. Eu querendo fugir um pouco dele e o destino nos juntando.




Boa noite amores, espero que tenham gostado. Eu estou louca pra escrever sobre o Natal. Mas não falta muito. E agora, será que a Mel vai aceitar se encontrar com o Luan no show em Minas? E essa curiosidade pra saberem onde ela vai nas férias? Será que se o Lu souber que é Paris tem um treco e vai impedir ela de ir? Ou ela ainda vai pro México com a galera? Comentem bastante. Beijos <3