sábado, 10 de janeiro de 2015

64. Curiosidade

Luan On:

Saí do quarto com imensa raiva de Melissa. Aquele negócio de que um dia entenderia, que um dia a gente ia ficar junto, que eu ia entender o porque da separação me preocupava cada vez mais e me deixava mais curioso ainda. E aquela mensagem pra mim tinha coisa. Mas eu ia descobrir já que ela prefere omitir. Desci e o pessoal estava me esperando sentados na grama perto da piscina. Me sentei num banquinho enquanto me servia de cachaça.


Lúcia: Meu neto está tudo bem com a Melissa? – me perguntou preocupada.

Luan: Está vó, ela preferiu descansar um pouco. – dei um sorriso pequeno e dedilhei algumas notas.

Tinha cantado várias já e nada da Mel aparecer. Tive a ideia de cantar algumas que ela gostava.

Luan: Bruna? – chamei-a enquanto a galera se servia com a bebida. – Vai no quarto ver a Mel por favor. – falei só pra que ela ouvisse.

Bruna: Tá bom, vou arrancar ela de lá. – sorriu e se foi. Comecei a cantar “Cadê aquela garota” e a luz do quarto se acendeu.


Continuei com “Incondicional” e “Tanto Faz”. Pude notar uma sombra na beira da varanda e tinha a certeza que era ela. Bruna desceu sozinha e parei o que fazia pra conversar com ela.


Bruna: Não sei o que ela tem, mas ela não está bem.

Luan: Não está bem como?

Bruna: Ela estava pensativa e com os olhos vermelhos, de certeza que chorou. Quando você cantou as músicas ela se levantou pra ouvir melhor e reparei que estava bem abatida.

Luan: Obrigado Bruna, eu só vou cantar mais algumas e já subo. – ela assentiu e assim fiz. – Galera eu vou subir. Amanhã cedo levo vocês na cachoeira.

Bruna: Não precisa Pi, eu posso levar. Aproveita pra descansar. – disse piscando o olho e beijei sua testa em agradecimento.

Luan: Obrigado Bubuzinha.


Subi as escadas devagar pensando na forma para abordar Melissa. Quando abri a porta a luz estava apagada e ela dormia com o abajur ligado, apenas. Pousei o violão e depois de me trocar tive uma ideia. Eu iria tentar ver as mensagens da Mel. Ela tinha código e embora eu não soubesse, iria tentar os possíveis. O celular dela repousava na cabeceira. Tentei a data do meu aniversário, o dia do nosso namoro, que por incrível que pareça eu lembro, tentei outras combinações e não desbloqueava. Talvez ela tivesse algo na carteira com os códigos. Ia abrir a mala dela quando ouvi um barulho. Ela se mexia e parei o que fazia.


Mel: Luan? – Perguntou de olhos fechados.

Luan: Sim. – me aproximei da cama.

Mel: Vem deitar. – me pediu meiga e a tentativa de entrar no cel dela teria de ficar para outro momento. Me deitei ao lado dela, mas como ainda estava chateado não a abracei. Mas logo senti os braços de Melissa abraçarem a minha cintura e o seu rosto perto do meu pescoço. – Boa noite.

Luan: Boa noite Melissa. – beijei a sua cabeça e adormeci.

Acordei bem tarde no outro dia, já eram 11h30 e a Mel ainda dormia, tão serena. Alisei seu rosto e me levantei pra me vestir. Na cozinha estava a avó Lúcia vendo televisão.

Luan: Bom dia vó, a senhora não foi pra cachoeira? – Indaguei me servindo com suco e bolo.

Lúcia: Bom dia Luan. Não tenho idade pra essas coisas. Aproveitei pra ficar aqui a cozinhar.

Luan: Hum, comida da vovó, adoro.

Lúcia: A Mel está a dormir ainda? – perguntou admirada e assenti. – Vocês discutiram foi?

Luan: Na verdade as coisas não estão bem há muito tempo, e ontem ela me disse que omitia coisas de mim. Eu não suporto a mentira vó, pra mim tem de ser tudo verdadeiro e transparente. Ela não tem motivos pra me esconder nada. Tivemos uma pequena briga e ficamos na mesma. – dei de ombros e a vó me olhava atentamente.

Lúcia: A Mel sempre foi verdadeira Luan, mas também reparei que ela não estava igual, não sei se era intuição de avó, eu pressenti isso. Mas ela garantiu-me que daria um jeito.

Luan: Ela está sempre me dizendo que dá um jeito mas nada muda. – falei desiludido e terminei meu café.  

Lúcia: Ela deve ter motivos meu amor. Só não desistas dela e faz o que estiver ao teu alcance para a ajudar a superar o que quer que seja. – apertou minha mão por cima da mesa.

Luan: Eu vou descobrir avó, pode ficar tranquila. Agora deixa eu ir lá levar uma salada de fruta pra ela senão ela não acorda hoje. – ri e preparei uma taça com as frutas. Ela já estava quase arrumada quando cheguei. – Bom dia, te trouxe isto. – lhe dei a taça e ela sorriu pequeno.

Mel: Obrigado Rafa. – pegou começando a comer – A galera está aí? – falava receosa.

Luan: Só a sua avó. – me sentei na cama e fiquei mexendo no cel.

Mel: Vou terminar e vou descer pra piscina. – me avisou e assenti continuando o que fazia. Notava os olhares dela sobre mim, talvez me querendo dizer algo que não tinha coragem. – Você vem pra baixo também?

Luan: Ainda não. – não a olhei e ela abaixou a cabeça saindo. Não sei se ela se esqueceu mas o cel dela ficou no quarto. Fui na mala e procurei na carteira alguma coisa, mas nada. Continuei tentando outros códigos e nenhum desbloqueava. Ouvi barulhos no corredor e parei.

Mel: Rafa a galera chegou, daqui a pouco vamos almoçar.

Luan: Também já vou descer. – ela entrou no quarto e fechou a porta me olhando. Me levantei e ela não desimpedia o caminho, ficamos nos encarando.

Mel: Me perdoa? – falou triste com os olhos brilhando. – Eu sei que fui parva em ter dito que omitia coisas de você, mas me compreende por favor. Você disse que não me cobraria nada, eu não consigo abrir o jogo ainda. – uma lágrima desceu do seu rosto.

Luan: Se você não me quiser contar tudo bem, mas eu vou descobrir, pode apostar. Porque me fazer de trouxa ninguém faz. – falei entre dentes e ela verteu mais lágrimas. – Não chora. – pedi calmo e ela limpou o rosto rápido.

Mel: Só estou protegendo a gente. – soltou e a olhei confuso.

Luan: Magoando, você quis dizer.

Mel: Se pra proteger você precisei de magoar, sim, eu magoei a gente. Mas pra mim proteger é amar, você mesmo me ensinou e me mostra todos os dias. Não foi mais que isso que eu fiz. – chorou mais agora.

Luan: Eu não preciso que me protejas Melissa, só o seu amor é capaz disso, de ser um escudo para tudo que me faz mal, que me deixa pra baixo. E você simplesmente maltratou ele.

Mel: Eu sei e você tem razão de brigar comigo, eu entendo. – se sentou na ponta da cama com as mãos no rosto.

Luan: Eu brigo porque não aguento esta parede entre a gente, estamos sofrendo feito bobos, era desnecessário. – desabafei e ela me olhou.

Mel: Só não esquece que eu te amo. – nem deu tempo de dizer nada e correu pro banheiro fechando a porta.

Luan: Mel? Eu vou dar o tempo que você precisa, mas não se fecha aqui por favor. Estou te esperando lá em baixo e eu também te amo, muito. – ouvi um soluço dela e saí do quarto.


Minhas tias já colocavam a mesa e me sentei sozinho na rede. Hoje a gente já voltava pra Sampa. De tarde ficamos todos na piscina e Mel estava deitada apanhando sol. Não conversava com ninguém nem mergulhava com o pessoal. Na hora do lanche ela não se moveu e fiquei pra trás pra conversar com ela.


Luan: Vem comer alguma coisa. – falei meigo.

Mel: Estou sem fome Rafa.

Luan: Mas você não pode ficar sem comer. – aludi e ela tirou os óculos me olhando.

Mel: Vai você, eu estou bem.

Luan: Eu trago algo pra você. – Segui e ao invés de levar só pra ela levei pra mim também. Ela me olhou assim que coloquei as coisas entre a gente. – Come, eu só fico descansado se você comer. – Ela respirou fundo e se sentou pegando em algumas frutas. – Só vai comer isso?

Mel: Aham, não tenho apetite. – a olhei reprovador e sério.

Luan: Não quero saber, você vai comer esta fatia de bolo pelo menos. – lhe entreguei o prato e ela revisava o olhar dele pra mim.

Mel: Não insistas Rafa.

Luan: Come. – disse mais autoritário e ela revirou os olhos pegando. – Não revira os olhos não, sevocê desmaia quero ver.

Mel: Exagerado. – resmungou baixo.

Luan: Cuidadoso. – Corrigi.


Viajaríamos depois do jantar. Me despedi da minha família e meu pai me levou ao aero com a Mel, os sogros e a vó. Os pais de Melissa conversavam com a vó enquanto a Melissa ia do meu lado olhando a janela.


Luan: Pode dormir, eu te acordo depois. – falei baixo.

Mel: Então vamos dormir juntos. – me pediu e assenti deitando os bancos para trás.


Ao contrário do que pensei, Melissa me abraçou e deitou em cima de meu peito. Fiz cafuné e a sua respiração ficou pesada. Tentei descansar, mas só passei pelos olhos. Chegámos á meia-noite e acordei Melissa. O carro dos meus pais estava ali e foi nele que segui para casa dela.


Luan: Vou ajudar vocês a levarem as coisas.

Gonçalo: Podes dormir aqui Luan. – me surpreendeu e olhei Melissa que também não esperava.

Mel: Fica. – assenti sorrindo e levei o carro para o estacionamento térreo. – A que horas você viaja amanhã?

Luan: Vou de manhã, pelas 11h, só preciso de buscar a minha mala em casa que ficou feita e vou pro aero.

Ana: Então saímos daqui ás 8h30?

Luan: Pode ser, vocês vão logo comigo. - Mostrou o apê do David aos seus pais e os distribuiu nos quartos. Não sei se ela queria que dormisse com ela, mas me sentei no sofá esperando ela dizer alguma coisa.

Mel: Rafa vem pra cama você precisa descansar. – Me chamou já com pijama e me levantei. Tomei um banho e me deitei ao lado dela. – Boa noite.

Luan: Boa noite. Espero poder me despedir de você amanhã.

Mel: Você irá sim. – me aliviou.



Mel On:



Depois de tomar café me despedi de meus pais que voltariam na segunda ao fim da tarde e de Luan que chegaria de madrugada. Foi estranho me despedir dele estando aquele clima chato entre a gente. Mas trocamos o “Te amo” e isso aqueceu o meu coração. Fui para o escritório e o Gabriel já me esperava na porta. Cheguei tarde a casa pra variar e caí na cama de cansada. No domingo fiquei descansado e decidi ligar para as meninas, contaria pra elas tudo que rolou, sempre conseguimos encontrar uma solução juntas e eu iria derrubar a Denise. 




Bom dia amorecos :) Adorei os comentários ontem, amo quando vocês interagem comigo e me dão sugestões *.* Melissa vai começar a planejar algo, mas será que o Luan vai descobrir algo? E a virada está chegando. Como será que vai correr? Comentem bastante amores, beijos <3

8 comentários:

  1. Tomará que a mel ache logo uma solução, pq isso só ta fazendo eles brigarem.

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  2. Ai não gosto deles nesse climinha chato! Eu acho que minha idéia vai ser útil pra Melzinha né?! Haha!! Espero que sim em? E espero tbm que o Luan consiga ver as mensagens!! Fafa me avisa no viber amore? Número: 3191564819!! Bjss

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    1. Sua ideia foi boa demais, mas acho que iria envolver o Luan em polémicas desnecessárias #MeuLadoDeAssessoraFalando ! Mas vou arrumar um jeito dela ser castigada como merece.
      Aviso amor, ainda não tinha visto no outro capítulo o comentário por isso não avisei :b Beijos !

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  3. so quero que o luan consiga ver as mensagens, o resto fica a seu critério kkk

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  4. Luan está sendo bastante compreensivo com a Mel.
    Eu também quero que ele descubra as mensagens da Denise.
    Espero que corra tudo bem no Ano novo pra eles :D

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    1. Ele ama ela, e não consegue vê-la desprotegida ahah eu quero um Luan desses na minha vida ahah

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