domingo, 22 de março de 2015

130. Dois lados da moeda

Se o Luan fosse capaz de fazer isso eu não sei o que faria. Me deitei novamente já que minha avó chegaria com Alice em instantes. Adormeci e acordei com uma mensagem no celular de um número desconhecido. 


"Wood's - SP, pelas 23h00." 


No momento não percebi só depois entendi que era o local onde Rafa estaria, se estivesse mesmo. Mas em SP? Ele estava no Rio Grande do Sul. Achei estranho mas fiquei remoendo aquilo por bastante tempo. Minha avó trouxe o jantar e Alice ficou comigo assistindo tv. 


Alice: Mamãe liga pro papai, quelo ouvir ele cantar pa eu. 

Mel: Já quer dormir filha? - ela assentiu e liguei para ele na hora. Chamou, chamou e nada dele atender. Quando desisti ele me ligou de volta. 


Luan: Oi amor. 

Mel: Olá Rafa, você pode falar agora? 

Luan: Posso, mas rapidinho, tenho compromisso daqui a pouco. 

Mel: Mas a esta hora amor? 

Luan: É. - o senti um pouco tenso mas deixei pra lá. 

Mel: A Alice quer dormir, canta pra ela? 

Luan: Claro que sim. Nossos gémeos estão calmos hoje? 

Mel: Estão sim, não deram problema ainda 


Coloquei no viva voz e Alice pedia as músicas e Luan cantava. Ela logo adormeceu e me despedi dele. 


Mel: Juízo moço. 

Luan: Meu sobrenome amorzinho. Deixa eu ir agora, beijo na sua boca. 

Mel: Beijo amor, te amo. 

Luan: Também. - Como assim "também"? Ele nunca me respondeu desse forma. Desliguei irritada e aconcheguei Alice na minha cama onde ela dormia quando Luan estava fora. 


Tentei adormecer também mas não consegui, virei várias vezes na cama e não encontrava posição. Fiquei encarando o teto e tomei uma decisão. Eu iria tirar isso tudo a limpo. Me levantei e tomei um banho relaxante. Ainda eram 22h30. Me arrumei e ás 23h15 saí de casa. Minha avó estava no quarto dela e não daria conta. Alice também já dormia a noite toda sem acordar e só precisava de tomar cuidado. Não tinha muito trânsito e em meia hora cheguei na boate. Estacionei e só depois me lembrei que se ele estivesse ali com certeza estaria em camarote e não tinha como lá entrar sem falar o nome de alguém conhecido, o Luan saberia logo. Mas daria o meu jeito. Olhei a pista e não vi nada, apenas um camarote estava aberto naquele dia e de onde estava dava para ver as pessoas lá em cima. Pedi uma água e me sentei numa mesinha reservada. Toda a carta passava em minha cabeça e o fato dele ter compromisso de noite me intrigou ainda mais. Fiquei observando o movimento até ver alguém conhecido, era Sorocaba acompanhado de uma loira. Ao lado dele surgiu alguém que eu conheceria mesmo que a kilómetros, Luan. Me levantei na hora e fiquei ereta apenas observando. Uma outra loira ficou do seu lado e lhe deu uma bebida. Ele sorriu e a olhou por alguns minutos subindo e descendo a cabeça. Meu sangue ferveu e minhas mãos se fecharam. A minha vontade era de socar a cara dele e daquela oxigenada. Ele não poderia estar fazendo aquilo, não poderia mesmo. Subi rápido até ao camarote e o segurança me parou. 


Mel: Me deixa entrar por favor. - supliquei. - Eu pago o que for preciso mas me deixa entrar moço. 

Segurança: Não posso senhorita, o camarote está reservado e só convidados podem entrar. 

Mel: Meu marido está aí. - joguei com o que tinha. 

Segurança: Qual o nome dele? 

Mel: Luan Santana. 

Segurança: Você acha que eu acredito nisso? - riu - Ele chegou aqui com uma loira e com os amigos e você acha que eu vou acreditar que ele é casado com você que está assim. - apontou para a minha barriga e me enfureci por saber que Rafa tinha chegado com aquela vadia. 

Mel: A gente é casado e estou esperando mais dois filhos dele sim. - falei firme e o segurança me encarou. - Vai me deixar entrar ou vou ter de chamar meu marido? 

Segurança: Eu vou avisar que a senhorita está aqui. 

Mel: Não. - disse rápido - não é necessário, ele não vai gostar de me ver grávida neste lugar, eu só vim fazer uma surpresa. - ele me olhou desconfiado mas acho que o tom de voz confiante com que falei o fez acreditar. 

Segurança: Tá bom, mas se arrumar confusão o problema é seu. 


Me deu espaço para passar e assim que pisei no camarote fui para o local onde ele estava antes. Mas não o encontrei. Comecei a procurar por ali e vi o que menos queria e nem imaginava que pudesse acontecer. Luan estava com a mão na cintura da loira e ela falava bem próximo á sua boca beijando o seu rosto. Ele sorria e isso me deixou enervada e stressada demais. Senti meus olhos molharem e as lágrimas descerem. Estava disposta a acabar com isso de uma vez por todas mas quando estava chegando Sorocaba me viu e falou meu nome fazendo Luan soltar aquela mulherzinha e me encarar com uma cara estranha e assustada. 


Luan: Mel. - me chamou e deu alguns passos. 

Mel: Você não tinha esse direito. - gritei choramingando. - Não tinha Luan.

Luan: Me deixa explicar.

Mel: Explicar o quê? Eu vi.

Luan: Mas não é isso que você está pensando. 

Mel: Não é né? Você me faz de boba e ainda se acha na razão. Quer saber, fica aí com essa vagabunda de quinta. - virei costas e saí correndo. Senti um braço me agarrar e era ele. - Me larga. 

Luan: Não, antes da gente conversar. Vem comigo. - falou autoritário e puxei o braço. 

Mel: Eu não vou com você a lado nenhum. - Lhe apontei o dedo e saí dali o mais rápido possível. O ouvia me chamar mas não queria saber. 


Entrei no carro e saí cantando pneu vendo tudo embaçado pelo choro que era gritante. Não sabia para onde ir, mas pra casa não iria agora, precisava arejar as ideias e nada como conduzir pela cidade de madrugada. Aquela loira não me era estranha e me fazia lembrar alguém, mas não sabia quem. Conduzia em alta velocidade quando num cruzamento vi uma luz vindo em minha direção do lado direito e sem que pudesse reagir o carro foi arremessado para a berma.



Luan On:  


Terminei meus compromissos no Rio Grande do Sul e voltaria para a minha família hoje ao final da tarde. Estava morrendo de saudade dos meus amores e tentaria algo com Melissa, mesmo ela não podendo, mas não seria justo eu ficar na vontade. Quando estava saindo do hotel Sorocaba me ligou me convidando para uma festinha na Wood's em Sampa. 


Luan: Cara, não dá não, tenho minha muié grávida em casa. 

Sorocaba: Oh rapaz você precisa descontrair, te senti um pouco tenso quando a gente se viu estes dias, aceita cara, ela vai entender. 

Luan: Não sei cara, vou contar pra ela e vai depender da resposta que ela der. 

Sorocaba: Não conta, eu vou levar umas amigas e se ela sabe que vou acompanhado capaz de não te deixar nem sair. - riu brincando. 

Luan: É, nisso cê tem razão, eu vou dar um jeito. 

Sorocaba: Tô contando com você


Pensei muito nessa proposta e não haveria porque Melissa não me deixar ir ou sequer não gostar que fosse. Ela era bem compreensiva e uma saída de vez em quando é sempre bom. Voltei pra Sampa e fiquei no hotel. Sorocaba chegou ali no quarto e Mel me ligou, não pude atender mas quando ele saiu devolvi a chamada. Alice queria dormir e a única maneira era me ouvindo cantando. Minha muié estava cansadinha também  e dormiria tão bem que nem se preocuparia com o lugar que eu estivesse. Só era tomar cuidado para não ser fotografado. Quando desci para me encontrar com o Sorocaba ele estava acompanhado de duas loiras bem gatas e daquele jeito que eu me encantaria de primeira em tempos de solteiro. elas estavam em micro vestidos e era impossível não reparar nas suas curvas. 


Sorocaba: Esta é a Daniela Luan. - me apresentou à loira de olho verde que tinha alguns traços da Denise, mas só deveria ser coisa da minha cabeça. 

Luan: Oi Daniela, prazer. 

Daniela: O prazer é todo meu e será todo seu. - falou sedutora e me assustei um pouco com o que ela falou.


Chegámos no camarote e Daniela se ofereceu para pegar uma bebida. Estava um pouco movimentado mas nada comparado aos dias de final de semana. Mudámos para um local mais reservado para conversar. Daniela tropeçou no meu pé e a segurei pela cintura para que não caísse ela em agradecimento beijou meu rosto. Não me senti confortável com aquilo, nem sabia até onde ela estava pensando ir, mas não trairia Melissa nunca na minha vida. Por falar nela, Sorocaba pronunciou o seu nome e assim que olhei para trás a vi com um olhar matador me olhando enquanto algumas lágrimas desciam pela sua pele. Tentei me explicar mas ela estava tão chateada que nem me deixou falar saíndo dali correndo. Fui atrás mas mesmo assim me dei mal. A vi sair da boate em alta velocidade e chamei um táxi que estava ali já que tinha ido com Sorocaba pra boate. 


Luan: Segue aquele carro ali moço, rápido. 


Estava super preocupado com ela. Grávida em risco conduzindo feito uma louca e com fortes emoções. Eu me arrependi na hora de ter aceite o convite e se algo acontecesse á minha Mel e aos meus filhos não me perdoaria nunca. Por momentos a perdemos de vista e quando estávamos chegando num cruzamento vi uma movimentação estranha e o carro dela desfeito na berma. 


Luan: Meu Deus, não, não, não. - dizia para mim mesmo sentindo as lágrimas rolarem. 


Saí do carro correndo e fui até lá a vendo com a cabeça caída no volante sangrando. Não poderia estar acontecendo isto, não poderia. Tudo culpa minha. Os paramédicos chegaram logo em seguida. 


Luan: Eu vou com ela. - avisei. 

Enfermeiro: Claro, estava com ela no carro?

Luan: Não, ela estava sozinha. 

Enfermeiro: Senhor Luan se acalma ou teremos de o medicar. 


O condutor do veículo que bateu nela estava sendo atendido em outra ambulância e fui até ele a passos largos. 


Luan: Cara o que você fez? - gritei. 

Condutor: Eu não fiz nada. - se defendeu - Ela que vinha a alta velocidade e não parou no stop atravessando, não poderia fazer nada para impedir. 

Luan: Se eu perco a minha muié e os meus filhos eu nem sei. - coloquei as mãos na cabeça e ele respirou fundo.

Condutor: Espero que não aconteça nada de grave, me desculpa qualquer coisa. - falou sincero. 

Luan: Eu que peço desculpa, ela não estava sendo civilizada. - sai dali e fui até á maca onde ela estava sendo colocada. - Oh meu amor, a culpa é minha, é minha. 

Enfermeiro: Ela está desacordada, vamos manter as máquinas ligadas e é melhor avisar o obstetra que a acompanha porque a quantidade de sangue que perdeu não dará para manter os bebés ou eles irão acabar por ter complicações. 

Luan: Ela pode perdê-los? indaguei com a voz falha pelo choro. 

Enfermeiro: Pode. - falou calmo e entrei na ambulância segurando a sua mão. - Mas iremos chegar a tempo de os salvar. 

Luan: Tomara, porque eu não sei do que seria a minha vida sem esta muié. Ainda pra mais a culpa sendo totalmente minha.


Mandei uma mensagem para o doutor Eduardo pedindo urgência, não daria para ligar porque a minha voz não saía mais e apenas o choro se fazia ouvir. Os enfermeiros a tentaram estabilizar e assim que chegámos no hospital a levaram para a sala de cirurgia. Doutor Eduardo estava ali e me indicou a sala para trocar de roupa. Segui para a sala onde ela estava ainda adormecida e sendo sujeita ao parto. 



Boa noite ! Melissa ficou com a pulga atrás da orelha e foi atrás para tirar tudo a limpo. E a verdade foi que encontrou o Luan festando com uma loira. Embora ele não tenha feito nada aquilo que ela viu a deixou fora de controle e sem mais nem menos saiu disparada tendo um acidente. Luan foi atrás e viu se sentindo culpado. O parto teve de ser de urgência e provocado, já que caso os bebés continuassem na barriga corriam risco de vida. E agora? Será que vai dar tudo certo? E o nosso casal como irá ficar? Comentem bastante amores! Beijocas !

12 comentários:

  1. Eu também fiquei desconfiada que nem a Mel rsrs! Espero que dê tudo certo!

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  2. Genteeee. Estou passada com este capítulo.
    Mesmo que Luan não estivesse com intenção de traí-la, ele mentiu pra ela. E vai que numa dessas ele acabasse bebendo demais e ficasse com essa loira?
    Dessa vez eu não tive como relevar. Morri de raiva do Luan rs. Querendo ou não, a culpa disso tudo foi dele sim!
    Ainda bem que a Mel não é rancorosa, pois se fosse eu não perdoava kkkkk Tomara que os bebês nasçam bem.

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    1. Pois é, ele mentiu, mesmo que depois ela acredite na versão dele vai haver sempre o fato dele ter mentido. Né? Vai que ele ficasse com a loira. Pois, desta vez ele tem total culpa no cartório.

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  3. Essa fanfic deveria ser um livro! Tu tem talento!

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  4. Cristiana você sabe algum site que se encontra papeis de parede pra blog?


    Ass: Priscila

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    1. Oi Pri, não sei, mas procura no google background para blogue por exemplo, nas imagens aparecem imensos :)

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    2. Obrigada Cris! Amei as imagens :)

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    3. De nada, ainda bem que pude ajudar ;)

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