sexta-feira, 27 de março de 2015

133. Aqui é meu lugar

Tentei resistir mas era impossível, ele me abraçava forte e me puxava mais contra ele, mesmo que isso parecesse impossível. Suas mãos estavam em minha cintura e nuca e não tinha como me desprender daquele momento, aproveitei e correspondi até perceber a borrada que estávamos fazendo. O empurrei com força e lhe dei um tapa na cara. 


Me: Tá louco? Acha que vai ser assim fácil? - esbracejei e ele levou a sua mão à cara me olhando incrédulo. - Como tem coragem de me beijar depois de beijar aquela piranha? Cadê o respeito? - falei alto.

Luan: Eu não beijei ninguém. - cuspiu as palavras - Seria impossível fazer isso com você. 

Mel: Quem me garante? Aliás, quem me garante que você não foi pra cama com ela outras noites porque eu não te podia dar o que você queria? - falei entre o choro. 

Luan: Você me conhece, sabe que não estou mentindo. Eu sou apenas seu e não penso sequer em te trair, não seria capaz de magoar você desse jeito e perder o que de mais importante tenho, o seu amor. - disse sincero mas estava tão confusa que só queria acabar com aquilo. 

Mel: Sai por favor. Eu não quero conversar com você. 

Luan: E quando vamos conversar? 

Mel: Não sei, mas agora só quero distância. 

Luan: Ao menos você acredita que não te traí? - perguntou esperançoso. 

Mel: Não, eu perdi a confiança em você. - disse com mágoa na voz, mas aquela era a verdade. Ele me olhou com lágrimas nos olhos e com o olhar perdido. Deixou as lágrimas caírem e saiu dali rápido me deixando no banheiro sufocando com o choro e a dor física e emocional. 


Quando me recompus vesti a roupa que tinha levado e minha avó chegou me ajudando com os cabelos. No quarto Alice brincava com Mari e falava empolgada sobre os irmãos. Assim que me viu correu ao meu encontro abraçando minhas pernas. Me abaixei e a abracei forte. 


Mel: Estava com muita saudade sua meu amor. 

Alice: Tamém mamãe, quando cê volta com nós pa casa? 

Mel: Daqui uns dias minha filha. - lhe dei um beijo e nos sentamos na cama. 

Alice: A gente pecisa docê mamãe, papai tá tiste sozinho. 

Mel: Você tem se comportado bem? 

Alice: Tenho mamãe. Esta noite o papai domiu na minha cama. - ela falando aquelas coisas só me apertava ainda mais meu coração. 

Mel: Cuida dele tá bom? - lhe dei um sorriso de canto e ela assentiu. 

Alice: A Nic e o Beno são munitos mamãe, palecem o papai. - riu sapeca. 

Mel: Você gostou de ver os bebés amor? 

Alice: Adolei, quelo cantar pa eles. 

Mel: Quando a gente voltar pra casa você canta. - acariciei seus cabelos e iniciei uma conversa com a minha avó. 


Luan não tinha aparecido ali e ainda bem. Na hora do almoço comemos todas ali no quarto entre conversas. Alice foi embora com a minha avó ao início da tarde e aproveitei para dormir um pouco. Acordei bem tarde e a primeira coisa que fiz foi pedir a Mari que me levasse á incubadora. Por ordem do médico tive de ir de cadeira de rodas, desejei o colo do Luan, mas logo esse pensamento foi apagado. Assim que vi meus tesouros e a sua melhora esqueci tudo que estava acontecendo. Já estavam com a roupinha que comprei com Luan e com certeza ele teria trazido. Estava sendo mau demais não poder pegar neles. Os dias se passaram e embora Luan insistisse pra me ver eu negava sempre. Mas sabia da sua presença constante no hospital para ver nossos filhos ou pra me ver dormindo, já que era o único jeito que não conseguia impedir. Hoje teria alta. Doutor Duarte foi cedo no quarto e me levou para fazer alguns exames. Estava no quarto esperando o resultado deles quando meus pais apareceram.


Gonçalo: Filha eu estive a conversar com a tua mãe e tive uma ideia.

Mel: Que ideia pai? - perguntei pressentindo algo de que não iria gostar nada.

Gonçalo: Seria bom tu ires connosco para Portugal.

Mel: Não, eu não vou. - neguei prontamente.

Gonçalo: Só para descansares um pouco e ficares afastada de tudo isto que te magoa filha.

Mel: Eu tenho a minha vida aqui pai, não vou para Portugal coisa nenhuma.

Gonçalo: Só alguns dias então? - sugeriu de novo - Iria fazer-te bem. E depois voltavas e seguias a tua vida normal, pensa nisso filha. Tu precisas de te afastar um pouco de toda essa confusão que é ser mulher de um cantor famoso, precisas de privacidade e de um momento só teu e assim as crianças já conhecem o teu país.

Mel: Eu não quero ir pai, já me acostumei com essa vida e mesmo com confusões é aqui, junto dele, que eu me sinto bem. - confessei a contra gosto.

Ana: Só alguns dias filha. - incentivou.

Mel: Eu vou pensar. - eles assentiram e logo o dr. Duarte apareceu com os exames e a minha alta.


Arrumei tudo e meu pai levou para o carro. Pedi para ficar com meus filhos alguns momentos e eles me acompanharam. Ficámos cerca de uma hora em volta deles. Voltei para casa ao final do dia e quando cheguei na sala vi Luan brincando com Alice, mas ele não estava igual, parecia desleixado com ele mesmo e distraído enquanto Alice o chamava.


Mel: Voltei. - falei e os dois me olharam. Alice correu pra mim e Luan me deu um meio sorriso.

Alice: Mamãe, até que enfim. - falou empolgada e me abaixei para a abraçar, já que por causa dos pontos não poderia fazer esforço e pegar nela.

Mel: O que você estava fazendo?

Alice: Bincando com o papai, mas ele não sabe bincar de boneca. Quelo que a Nic volte logo pa casa pa bincar comigo. - ri com isso e me sentei no sofá afastada de Luan.

Mel: E a escolinha de música, tem corrido bem amor?

Alice: Aham, papai me leva sempe. Poque cê não deu um beijo no papai ainda mamãe? - me olhou curiosa e meu pai pigarreou.

Gonçalo: Nós já vamos filha.

Mel: Fiquem para jantar.

Ana: Nós ainda queremos passear um pouco nessa noite filha.

Mel: Tá, vai dar um beijo nos vovós Alicinha.

Gonçalo: Pensa no que te falei. - me lembrou da proposta e assenti vendo a cara curiosa e confusa de Luan. Minha avó os levou até á porta e voltou para a cozinha.

Alice: E o beijo no papai? - voltou ao mesmo assunto e Luan nada falava, aliás, nada disse desde que cheguei.

Mel: Mamãe tá doente, não pode deixar beijo. - menti e ela me olhou esperta.

Alice: Dá na cala, cê deu em mim. - cruzou os braços esperando. Respirei fundo e me aproximei de Luan lhe dando um beijo casto no rosto. - Agola cê papai. - Luan negou com a cabeça rindo e me deu um beijo estalado. - Quelo cafuné dos dois. - pediu manhosa.


 Luan a pegou no colo subindo para o quarto. Fui atrás e lhe dei banho, Luan fez questão de a vestir e depois a deitarmos na sua cama fazendo o cafuné que ela tanto queria. Minha avó já lhe tinha dado o jantar e não haveria problema dela dormir cedo. Saí do quarto assim que ela adormeceu e Luan veio atrás, quando passámos em frente ao nosso quarto ele me puxou para dentro fechando a porta.


Luan: Agora vamos conversar. - falou firme e bufei cruzando os braços.

Mel: Me deixa tomar um banho primeiro. - pedi e ele assentiu se sentando na cama esperando.


Tomei meu banho demorando mais do que habitual. Não queria ter de falar com ele agora, ainda estava confusa e só iria piorar a nossa situação. Esqueci de levar a roupa e me vesti um roupão saindo do banheiro. Fui ao closet e me troquei. Quando voltei para o quarto Luan mexia no celular mas o largou assim que me viu.


Luan: Eu quero saber tudo, como você soube que eu estava lá na boate e o que pensa daquilo que viu.

Mel: Eu acho é que você me deveria explicar porque me mentiu e o que estava lá fazendo.

Luan: Tá bom. O Sorocaba me chamou para descontrair um pouco e disse que iria levar umas amigas com ele, mas eu ia apenas para me divertir sozinho e encontrar alguns parças, nada demais. Eu sabia que você não aprovaria e também era só uma noite, logo voltava pra casa. Aí assim que chegámos a Daniela...

Mel: Nossa, não esqueceu o nome da vaca. - falei rude e ele revirou os olhos.

Luan: Me deixa continuar? Aí ela foi buscar uma bebida pra gente e me deu, resolvemos ir para um local mais calmo e aí ela tropeçou no meu pé e eu a segurei, foi quando você viu. Não aconteceu nada demais.

Mel: E quem me diz que isso é verdade e não mais uma das suas mentiras?

Luan: Você acha que eu te traí mesmo? - perguntou incrédulo.

Mel: Não vira o jogo, eu te fiz uma pergunta.

Luan: Eu te digo que é verdade e se quiser fala com o Sorocaba.

Mel: Claro, ele é canalha que nem você, é óbvio que vai confirmar a sua história.

Luan: Ele vai confirmar a verdade. Acredita em mim?

Mel: Não me peças isso depois de tudo, não é assim tão fácil.

Luan: E a sua versão, quero saber.

Mel: Não importa a minha versão, importa aquilo que eu vi e que quase me valeu a vida. - rosnei e ele respirou fundo incrédulo.

Luan: Não mesmo, você vai me contar tudo, anda Melissa. - disse autoritário. - Como você soube?

Mel: Não sou obrigada a te dar justificações. - falei decidida e pisei fundo em direção á porta sendo parada pela mão dele em minha cintura.

Luan: Você não vai a lugar nenhum sem antes me esclarecer tudo. - sussurrou sério e me soltei dele.

Mel: Tá bom. Eu recebi uma carta aqui em casa dizendo que você iria se divertir e fazer o que eu menos imaginaria. Até aí tudo bem, eu até acreditei que fosse alguém querendo fazer intriga, mas depois recebi uma mensagem do local e hora em que você estaria e não deu pra ficar quieta em casa pensando nisso. Agora você deve estar pensando que se eu confiasse em você saberia que era mentira. Mas na verdade você que me mentiu e ainda bem que fui desconfiada o suficiente para tirar essa história a limpo. - falei rápido e brava o vendo me olhar confuso.

Luan: Mensagem de quem?

Mel: Eu que sei? Mas pelo que percebi da sua amiguinha, Denise. - disse irónica e ele semicerrou os olhos.

Luan: Impossível, ela está presa.

Mel: Eu também achei isso, mas ela pode muito bem ter arrumado alguém para vigiar nossos passos.

Luan: Se você acha isso sabe que eu não te traí né? - perguntou desesperado.

Mel: Eu não sei de nada, se você me traiu ou não é na sua consciência que isso fica.

Luan: E na sua por estar sendo injusta não fica? - me desafiou e neguei com os olhos fechados pedindo paciência.

Mel: Me poupa Luan. - disse por fim e saí descendo para jantar. Mesmo que a fome não fosse muito eu precisava me alimentar.


Lúcia: As coisas não estão fáceis. - falou assim que lhe contei da briga.

Mel: A vida quis assim.

Lúcia: E tu não? Mel eu acredito que ele não te traiu, e muito menos estava com intenções disso.

Mel: A vó não pode ter certeza. Ele pode muito bem me ter traído.

Lúcia: E iria ficar em casa estes dias, apenas levando a Alice na escola e te visitar no hospital? Ele sabe que teve culpa e não devia ter mentido, mas se ele te contasse que iria sair com os amigos o que tu acharias?

Mel: Eu iria brigar com ele do mesmo jeito, ele tinha que estar do meu lado e não bebendo com mulheres.

Lúcia: Estás a ver? Ele apenas quis poupar-te desse stress.

Mel: Isso não justifica nada, muito menos dele estar com a mão naquela piranha.

Lúcia: Não deixes as coisas irem por caminhos que nenhum de vocês quer. - me avisou e continuei comendo. Luan não desceu e vi minha avó preparar uma bandeja para lhe levar.


Alguns dias se passaram e em todos eles visitei meus filhos no hospital com Luan. Meus pais iriam embora hoje e passaram lá em casa para saber a minha resposta. Confesso que não pensei muito nisso, porque não estava com intenções nenhumas de viajar.


Gonçalo: Então filha vais pra Portugal daqui a algumas semanas? - era o tempo dos bebés virem para casa.

Mel: Não pai eu não vou. - falei decidida e Luan apareceu na sala desconcertado por ver meu pai.

Gonçalo: Hum, já se resolveram? - perguntou incrédulo - És muito burra Melissa, ele faz de ti gato sapato e tu ainda aceitas as desculpas esfarrapadas desse desgraçado.

Mel: A gente não se resolveu. Estamos igual, não fala bobagem. - me enervei - Eu já disse que não vou, não insiste pai, meu lugar é aqui.

Luan: Ir pra onde? - perguntou finalmente com o tom preocupado.

Gonçalo: Pra Portugal, ficar longe do que lhe faz mal. - rosnou e Luan me olhou engolindo em seco.

Luan: Você não vai né Melissa? - indagou com sofrimento na voz.

Mel: Não. - ele respirou aliviado e subiu para o quarto.

Ana: Estamos á tua espera como sempre. - me abraçou e agradeci pela ajuda que me deu.


Os levei á porta e me despedi deles. Subi para buscar meu celular e assim que entrei no quarto escutei uma conversa de Luan no celular.


Luan: Eu preciso falar com a Daniela... - foi o bastante para bater a porta com força e sair dali chorando.



Boa noite Cinderelas! Eitaaaa, Mel bateu no Luan e ele não pareceu saber lidar muito bem com isso. Gonçalo querendo levar a filha para Portugal, mas ela não consegue abandonar a vida que tem no Brasil. Finalmente nosso casal conversaram mas não resolveram nada. E agora? Mel apanhou Luan dizendo que quer falar com a tal de Daniela? O que ele quer? E o que a Mel vai fazer agora? Comentem bastante, amanhã tem dois como prometido. Beijocas <3

8 comentários:

  1. Naoooo pq tinha que para agora hein?
    Luan já pode para de sofrer, por favor eu to sofrendo com ele :( Mel vai ter que recompensa muito ele viu onde se viu duvida do coitado assim. Tem com posta outro hoje to curiosa pra saber o mel vai fazer?

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    1. Eu tou sofrendo junto também kkkkk mas ele fez besteira ! Ele mentiu, ela tem que duvidar agora né? kkkkk Amanhã apenas amor !

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  2. Ai meu Deus....
    cara meu coração da tão pequenininhoo
    Poosta logo pooor favoor bjookaas

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    1. KKKKK vocês estão sofrendo mesmo ! Tadinhas :( Amanhã Tacy !

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  3. Nossa, a Alice é esperta e danada igual a tia Bruna kkkkk
    O pai da Mel não tem papas na língua, fala na cara mesmo kk coitado do Luan.
    Eu acho que o Luan estava tentando contactar a Daniela pra ver se ela esclarece as coisas pra Mel.

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    1. Espertinha né? kkkkk
      Ele enfrenta mesmo, e sem pudor kkkk
      Será que é isso? hum ... kkkkk

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  4. Aaaai amg, Tadinhos :( ta difícil pra Mel saber a verdade. Alicinha dando uma baaaaita força *-* Ainda bem que ela não foi pra Portugal. E o Luan falando com essa mulher? Aaaaaff, só vai piorar as coisas

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    1. A Alice é um anjo deles dois kkkk
      Será que vai piorar?

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