Dei espaço para os dois entrar e fomos até ao meu estúdio. Nos sentámos e estranhei Sorocaba estar junto, mas com certeza iria saber o motivo.
Amarildo: Você está bem?
Luan: Não pai, mas vou ficar. - fui sincero e olhei Sorocaba.
Sorocaba: Eu encontrei seu pai na porta, vinha falar com você. - começou por se explicar - A culpa foi minha por tudo que aconteceu, eu que insisti para que você fosse. Quando soube do acidente liguei as coisas e percebi a burrice que fiz.
Luan: Nada não cara, eu que aceitei né? Podia ser mais resistente e ter negado. O único culpado sou eu.
Sorocaba: Mas eu também tive culpa, se precisar de mim para convencer a muié a acreditar que cê não fez nada me chama.
Luan: Vai ser difícil ela me perdoar, mas se precisar eu chamo sim.
Sorocaba: Então eu vou indo. - se levantou e meu pai interrompeu.
Amarildo: Fica Sorocaba, eu quero saber tudinho que aconteceu, e se você tem dedo nisso é bom que fique. - falou firme e engoli em seco prevendo a bronca que viria. - O seu sogro não está aí?
Luan: Não, e agora que cê fala nem lembrei que eles estavam cá, mas acho que não ficaram cá em casa não, se não a avó já me tinha falado.
Amarildo: Normal eles quererem ficar num hotel, afinal você colocou a vida da filha deles em risco.
Luan: Eu sei pai. - falei assentindo.
Amarildo: Fala tudo que aconteceu? - pediu e respirei fundo antes de começar.
Contei cada detalhe e Sorocaba falou da parte em que entrava ajudando a entender melhor a situação. Meu pai não desamarrou a cara que estava desde que chegou e isso me assustava, eu precisava de apoio e não de pessoas contra mim, já me bastava carregar a culpa.
Amarildo: Sorocaba você já tem idade para entender que quando ele diz que não por causa da mulher é melhor respeitar e não insistir né? - confrontou-o. - E você Luan, já tem quase 28 anos, não aprendeu nada estes anos em que esteve casado?
Sorocaba: Você tem razão Amarildo, eu devia ter compreendido, mas no momento só queria me divertir com um velho amigo que não via a algum tempo.
Amarildo: Poderia ser sem mulheres. - returcou e Sorocaba se rendeu. - Você estava apenas com intenções de beber e descontrair? - perguntou direcionando o seu olhar para mim.
Luan: Estava pai, eu nem sequer me atrevo a pensar em trair a Mel, não faria isso nem morto.
Amarildo: Eu quero acreditar que não.
Luan: Pode acreditar pai, preferia ficar sem voz do que perder a muié da minha vida por uma canalhice feito essa.
Amarildo: Mas você sabe que está em maus lençóis filho. Ela até pode acreditar que você não fez nada, mas a mentira que você preferiu usar do que contar a verdade vai demorar para ela esquecer.
Luan: Aham, mas eu vou fazer de tudo para que ela me perdoe, demore o tempo que demorar.
Sorocaba: Mas você deu pistas de onde estaria? Porque é muito estranho ela aparecer lá né? - observou e ele tinha razão, como ela sabia onde eu estava? Com o desespero de tudo nem pensei nisso, mas agora as coisas estavam clareando mais.
Luan: Soroca eu não falei nada, não faço ideia de como ela soube.
Amarildo: Melhor você deixar ela voltar para casa e recuperar e depois ter uma conversa bem séria com ela para perceber tudo isso.
Sorocaba: Será que alguém a avisou?
Luan: Mas quem? A Mel não tem muita gente conhecida cá, a não ser amigos meus e pessoal que trabalha com ela.
Sorocaba: Não sei, mas quando muié desconfia elas são piores que FBI.
Amarildo: A sua sorte foi a imprensa não estar no bar porque iriam relacionar tudo e você sairia como culpado e traidor, porque eles sempre inventam. Apenas souberam do acidente e do parto provocado. Mais nada.
Luan: Ainda bem, porque se saísse boatos de traição a Mel me esfolava vivo.
Amarildo: Achas que mesmo assim você não merece? - falou óbvio e suspirei encarando o chão. - Bem, eu vou indo pra casa, amanhã sua mãe vai passar o dia com ela. Dorme e pensa no que irá fazer.
Sorocaba: Também vou indo, qualquer coisa cê já sabe.
Luan: Tá bom, apenas não virem costas pra mim. Eu já estou me sentindo péssimo por fazer o que fiz.
Amarildo: Fica tranquilo. Apenas acho que você tem muito para aprender ainda, a vida não é um conto de fadas e o quanto antes perceberes isso melhor.
Me despedi dos dois e os levei á porta. Por dormir a tarde toda, estava sem sono e me fechei no estúdio compondo. Quando voltei já eram 5h da manhã, dei um beijo em Alice e fiquei deitado no quarto dela aos eu lado a vendo dormir, era como a Mel. O mesmo jeitinho de respirar, a mesma calma e serenidade. A abracei e acabei por adormecer na sua cama.
Mel On:
Acordei ás 6h30 e minha mãe e Bruna dormiam numa cama improvisada ali no quarto. Ainda estava noite e aproveitei esse tempo para pensar em tudo. A minha cabeça estava confusa demais e era como um puzzle em que faltavam peças para se encaixar. Teria de conversar sério com o Luan, e dependendo do que ele me disser eu vou organizando o meu pensamento. Não será fácil perdoá-lo, foi por esconder coisas dele que terminámos feio no nosso namoro, aí prometemos ser transparentes e abrir o jogo e agora depois de mais de 4 anos juntos ele repete o meu erro. O pior é que eu tinha provas que estava apenas o protegendo, já ele preferiu sair pra farrear e me esconder isso sabendo que a imprensa poderia ver e espalhar rumores acerca da nossa relação. Ele estava ferrado comigo, e não valia a pena vir com falinhas mansas porque não iria perdoar assim tão fácil. E se de fato houve traição aí muda todo o jogo e a única coisa que acontecerá, será o nosso divórcio. Senti meus olhos queimarem só de pensar nisso e tentei afastar esses pensamentos, ele não merecia nenhuma das minhas lágrimas.
Ana: Bom dia filha. - falou assim que acordei de novo após adormecer.
Mel: Bom dia mãe, a Bruna já foi? - perguntei vendo a cama vazia.
Ana: Não, apenas foi comer alguma coisa e ligar para ... - fez uma pausa e entendi.
Mel: Se ele vier aqui hoje não deixa ele entrar por favor, pede para proibirem a entrada dele no meu quarto mãe, eu não o quero ver.
Ana: É necessário isso tudo filha?
Mel: É mãe, ele tem de aprender. E eu preciso me valorizar e parar de abaixar a cabeça a cada merda que ele faz. - falei rude e minha mãe arregalou os olhos admirada.
Ana: Ele está a sofrer bastante Mel, mas tu fazes o que quiseres, a vida é tua e o casamento é teu. - fez carinho em meu cabelo.
Mel: Exatamente. E eu não o quero ver, pelo menos por agora. Pede o café pra mim por favor?
Ana: Claro. - beijou minha testa e saiu.
Meu celular tocou e me sentei na cama para o pegar. Senti meus músculos rasgarem e embora estivesse medicada as dores pela manhã eram mais notórias. Assim que abri a mensagem vi que era do número desconhecido, provavelmente Denise. O mais estranho é que na prisão ela não pode usar celular, com certeza alguém está metido com ela.
"Eu avisei que ele seria capaz de fazer o que fez. Você não conhece o seu homem, mas eu o conheço como a palma da minha mão. Abre o olho queridinha. Ah, e parabéns pelos gémeos, como te desejei antes, espero que sejam a cara do pai e que te dêem muito trabalho. E a nossa história ainda não terminou."
Me arrepiei por inteira lendo aquilo e quando ia travar o celular recebi outra mensagem, desta vez de Luan.
"Que Deus te abençoe e te cuide meu amor. Será que posso te ver e levar a Alice? "
Senti pena dele, dava pra perceber que estava se martirizando demais por tudo que estava acontecendo, mas realmente ele tinha culpa e nada podia fazer para mudar isso. Com certeza Alice não parou de encher o saco dele para me ver e embora hospital não fosse lugar de criança eu queria ver minha princesinha.
"Traz ela sim, mas você não entra. Não te quero ver."
Fui o mais fria possível, até porque não conseguia expressar outro tipo de sentimento por ele a não ser mágoa, raiva e ódio. Meu amor estava machucado e não via hora dele curar. Ao invés de me responder da mesma forma ele me liga e eu rejeito a chamada.
"Me atende por favor?"
"Não, não querer te ver inclui não querer te ouvir. Me dá espaço e me deixa em paz."
Ele não respondeu mais e imagino que algo foi quebrado lá em casa como sempre acontecia quando ele ficava nervoso ou frustrado. Bruna voltou bebendo café e minha mãe entrou atrás com uma bandeja enorme com café para nós duas.
Bruna: Amiga eu vou indo tá? Queria passar em casa, vou gravar hoje de tarde uma cena ainda.
Mel: Você nem precisava ficar aqui cunha.
Bruna: Claro que precisava, até porque uma certa pessoa não aceitaria que fosse de outro jeito.
Mel: Antes você do que ele.
Bruna: Não fala isso, você sabe que as coisas não são assim. - pegou em minha mão
Mel: São assim, sim, Bruna. Só eu sei o que vi e o quanto estou sofrendo por tudo isso.
Bruna: Acredito, mas tem calma e se preocupa antes com seus filhos e sua recuperação.
Nos despedimos e terminei de comer. Mari apareceu sorridente e mandou minha mãe ir para o hotel descansar.
Mel: Hotel mãe? Porque não ficou lá em casa?
Ana: O teu pai não quer dividir o mesmo espaço que o Luan, desculpa-me por isso mas eu tenho de respeitar a escolha dele.
Mel: Eu compreendo, só não queria vocês pagando hotel quando podem ficar mais confortáveis.
Ana: Melhor assim. - assenti e ela se foi.
Mari: Daqui a pouco a Alice aparece, quer que te ajude a tomar um banho nora?
Mel: Só me ajuda a chegar no banheiro, depois eu consigo me lavar.
Mari: Tem certeza?
Mel: Acho que sim Mari.
Entrei no box e liguei a água, quando ia pra lavar o cabelo senti dores horríveis nos braços e era impossível de os lavar. Tomara que essas dores passem rápido porque meus filhos precisam do meu colo. Desejei que minha mãe estivesse ali pra me ajudar, mas o jeito seria aguentar as dores porque tinha vergonha de chamar minha sogra. Quando subi novamente os braços as dores pioraram e não dava para lavar, fui obrigada a chamar a Mari.
Mel: Mari me ajuda aqui por favor. - gritei choramingando. Ouvi alguns barulhos no quarto e com certeza Alice já estava lá, com sorte minha avó também. - Mari? - chamei de novo e a porta se abriu mas quem entrou por ela não foi nem Mari, nem minha vó, mas sim Luan. - Sai agora, não percebeu as minhas mensagens? - disse irritada e ele me olhou preocupado. - Eu chamei sua mãe dá pra sair? - choraminguei e ele se aproximou mais.
Luan: Não vou a lado nenhum. Minha mãe não está aí, foi levar a avó e a Alice á incubadora. Você está bem?
Mel: Não está vendo que não? - abracei meu corpo com os braços.
Luan: Tem calma, que você precisa?
Mel: De você nada.
Luan: Larga de ser orgulhosa, eu sei que você está com algum problema, e pra chamar minha mãe estando nesse estado está com problema mesmo, fala pra mim o que foi. - ele me conhecia bem e sabia o suficiente sobre mim pra saber que eu só me sentia bem nua na frente dele ou da minha mãe ou avó.
Mel: Eu estou com problema sim, e ele é você. - respondi firme e ele bufou pedindo paciência.
Luan: Dá pra pensar um pouco mais em você e esquecer por uns momentos tudo que está acontecendo e me deixar te ajudar?
Mel: Eu não consigo lavar meu cabelo. - confessei e ele assentiu pegando em shampoo e me virando delicadamente de costas para ele.
Começou por massagear minha cabeça suavemente e o toque das suas mãos em mim me deram choque me reacendendo o corpo inteiro. Fechei meus olhos sentindo algumas lágrimas rolarem e tentei não soluçar. Depois de uma lavagem ele foi para outra e por fim pegou em sabonete e lavou minhas costas. Enxaguou bem e me ajudou a colocar a toalha na cabeça, me enrolando em outra. Seus olhos eram preocupados e sofridos e quando encarou meu corpo e viu os hematomas do acidente o vi segurar o choro imensas vezes.
Mel: Obrigada. - disse tímida e ele me deu um meio sorriso se voltando de costas. Quando saí do box o vi retroceder e me pegar de jeito colando seus lábios nos meus.
Boa noite amores!!! Voltei *.* Gostaram do regresso? Muita coisa acontecendo e a Mel não vai perdoar o Luan como de costume ou acham que vai? E ele? Está se sentindo bem mal pelo que fez. Mas parece que não vai desistir e para estar no quarto da Mel e a ajudar no banho é porque não vai acatar nenhum pedido dela. E esse beijo hein? Vai mudar alguma coisa? Para bem ou para mal? Comentem bastante, fico esperando por favor! Beijocas <3
Não sei como é que é possível mas estou com ódio e raiva do Luan e ao mesmo tempo muitaaaaa pena. Parte-me o coração imaginar aquela carinha de bebé a chorar.
ResponderEliminarMas escusado será dizer que a Mel tem razão, né? Ele mentiu-lhe e confiança perdida é difícil de recuperar :/
Mas claro que ele não ia acatar as ordens da Mel e no fundo fico contente que não o tenha feito porque o lugar desses dois é juntos e bem juntos. Demasiado juntos, se é que me entendes ahahahah
Quero ver o que vem por aí *.*
Ahahah é sempre assim, vocês nunca conseguem odiá-lo ahah e ainda bem, porque eu não queria uma fic em que ele fosse o errado sempre. Mas que houvesse um equilíbrio :)
EliminarPois é, ele agora vai ter de trabalhar no duro para conquistar a confiança dela.
Entendo babe, como entendo ahah Vamos ver, amanhã ;) <3
Aii tava coom saudadees já.. q dó do Rafa....mesmo eles sofrendo acho q a Mel tem q ficar um pouco loge dele aii ele aprende ñ menti mais...conyttt bjokaa Autora lindaa
ResponderEliminarSaudades mesmo menina ahah pensei que me tivesse abandonado :'( kkkk
EliminarNé? Ele tem de aprender a não errar tanto...
Beijos leitora linda !
Toooooo com muita dó do Luan :( tadiiinho. Mas eu acho que a Mel deve ser firme mesmo, ela sempre " entendia " os erros dele. Tadinha :/ E esse beijo eeem? Será no que vai dar kkkk Luan irresistível
ResponderEliminarPois é, ela sempre foi paciente com ele, e agora não pode ser, tem de dar um gelo dos grandes. O que será que vai dar? ahah
EliminarNossa, a Mel estava com raiva mesmo do Luan. Mas ainda bem que ele é insistente. E como todo brasileiro, não desiste nunca kkkk
ResponderEliminarMas a Mel não pode dar esse gostinho pra Denise, pois é isso que ela quer, separá-los.
Está mesmo, ela não quero ter de enfrentar uma conversa com ele agora e então prefere manter distância, mas ele não facilita kkkkk
EliminarAi Fa tadinho do Luan, tabom ele mentiu mais não precisa sofrer tanto ne? E quem ta mandando essa msg merece uma surra muito boa viu.
ResponderEliminarEle está sofrendo porque a Mel não sabe de toda a história e pensa que ele errou feio. Quem será? kkkk
Eliminar