sábado, 28 de março de 2015

134. Entre lágrimas e sorrisos

Luan On: 



Estava falando com o Sorocaba para ele me arrumar o número da Daniela, poderia ser o único jeito da Mel acreditar em mim. Mas assim que ouvi o estrondo da porta batendo sabia que tinha sido ela e que pelo visto não tinha gostado nada. Novamente viu as coisas a meio e com certeza tirou conclusões erradas. E se isso a fizesse repensar na hipótese de ir pra Portugal? Meu sogro estava comigo entalado na garganta e eu estava enrascado, teria novamente de provar que merecia a confiança de todos. 


Luan: Me manda mensagem cara, eu vou ter de resolver uma coisa. - falei rápido e desliguei saindo atrás da Mel. 


Encontrei a avó nas escadas que me olhou confusa e lhe perguntei pela Mel. Mas ela não a viu. Procurei na cozinha, na sala dos fundos, no meu estúdio, em tudo quanto é canto dentro de casa. Decidi procurar no jardim e na piscina não tinha vestígios dela. Até na garagem eu fui. Comece a me desesperar e me lembrei que ela poderia estar pelo jardim, já que era enorme e tinha algumas árvores. Gurizinho apareceu fazendo um som estranho, como se estivesse me avisando de algo e fui atrás dele vendo Melissa perto das suas flores sentada no chão abraçada aos joelhos e chorando baixinho mas desesperada. 




Meu coração apertou de um jeito como nunca senti e a culpa mais uma vez era minha. Estava pisando na bola uma vez atrás da outra. Já não sabia o que fazer, nem para onde me virar. Minha vida estava um caos e tudo porque eu fiz merda e não tenho a minha menina de bem comigo. Me sentei devagar ao seu lado e a puxei para um abraço forte, pois saberia que ela não iria querer. 


Luan: Xii, não chora meu amor, não chora. - implorei sentindo meus olhos encherem de água.

Mel: Porque você estava querendo falar com ela? Porquê? - indagou calma entre soluços. 

Luan: Porque se for o único jeito de você acreditar em mim eu não medirei as consequências, só quero o seu perdão e a sua confiança de novo. - falei choramingando. 

Mel: Minha vida está de cabeça pra baixo, sem você, com nossos filhos no hospital, eu não sei o que fazer. - confessou e sabia que ela estava sofrendo demais por não ter os gémeos perto. 

Luan: Você não está sem mim, eu prometi estar pra sempre com você, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, além dessa vida. - fechei os olhos a sentindo me abraçar. 

Mel: Me dá um tempo? - pediu após alguns minutos em silêncio. 

Luan: Como assim tempo? - disse confuso. 

Mel: Para pensar, para organizar as coisas. Só assim poderei saber aquilo que realmente quero. 

Luan: E seguir o seu coração não dá? 

Mel: Se eu o seguir neste momento tenho medo de me arrepender depois. - me olhou de baixo com lágrimas lavando seu rosto.

Luan: Tá bom, eu vou respeitar. Mas vou chamar a Daniela, eu não suporto viver com a sua desconfiança e achando que você pensa que eu te traí quando eu não fiz nada. 

Mel: Não é preciso chamar ela. Não precisa disso. 

Luan: Quer dizer que você.... 

Mel: Ainda não. - me interrompeu. - Mas não quer dizer que nunca volte, porque eu sei que você vai me dar provas de que merece. - enxugou as lágrimas e deixou um pequeno sorriso escapar. 

Luan: Você não tem noção do quanto eu te amo Mel. - a puxei para os meus braços de novo. - Vamos no hospital ver os nossos filhos meu amor, vamos. - sugeri e ela assentiu. 


Alice foi com a gente e depois de dias pude ver um sorriso enorme no rosto de Mel. Ambos estávamos sofrendo ainda, mas o clima já melhorou um pouco. Dr. Eduardo disse que o estado dos gémeos era o melhor e que logo mais estavam voltando para casa. Na volta decidi fazer algo diferente e parámos num parquinho calmo. Alice se empolgou na hora, ela adorava natureza tanto quanto eu. Melissa não disse nada, na verdade, ela não estava falando muito.  Parei numa carreta que tinha ali e comprei sorvete para os três. Passeámos um pouco e nos sentámos num banquinho de jardim vendo Alice brincar no parque com outras crianças. 


Luan: Ela cresceu rápido demais. - constatei puxando assunto.  

Mel: Cada vez mais esperta.

Luan: O professor de música dela me disse que logo mais ela pode subir nos palcos para apresentações com os outros alunos maiores. - falei orgulhoso e ela sorriu do mesmo jeito. 

Mel: Ela vai subir sim, nasceu para isso. 

Luan: Estava pensando em levar ela para alguns shows meus, como já sabe as músicas, mas só se você não se importar. 

Mel: Claro que não importo. Ela fica pedindo isso quando você viaja. 

Luan: Obrigado. - falei a olhando. Ela finalmente me olhou mas estava confusa. 

Mel: Pelo quê? 

Luan: Por ser a pessoa que é, mesmo depois destes anos você não perdeu esse jeitinho de menina, o seu coração é o melhor que já conheci, a paz que você me transmite e a força que me dá é única e eu nunca senti perto de outra pessoa a não ser você. - confessei a vendo corar e desviar o seu olhar do meu. - Até o fato de você corar não mudou. Continua a mesma menina mulher por quem me apaixonei há cinco anos. 

Mel: Você acha que a gente caiu na monotonia? - perguntou de repente me surpreendendo com essa pergunta. 

Luan: Pra ser sincero nunca parei pra pensar muito nisso, só sei viver te amando. Você acha que caímos na rotina? - ela deu de ombros e suspirou. 

Mel: Não sei, ás vezes sim, ás vezes não. Nossa vida não tem como cair na rotina, mas sinto falta de coisas que a gente fazia antes. 

Luan: Que coisas? 

Mel: Ah, você sabe. As nossas loucuras. - disse tímida e ri baixo - Mesmo a gente estando mais adulto acho que não podemos perder o nosso jeito doido de ser. Tenho saudades de quando fazíamos surpresas, quando fazíamos besteiras juntos ou quando armávamos pra cima da galera. 

Luan: Você sempre foi minha companheira nas presepadas. Também sinto falta disso. - admiti. - Vamos combinar uma coisa? - ela me olhou assentindo - Quando a gente se resolver e tirar tudo a limpo vamos voltar a ser os mesmos adolescentes apaixonados? Claro que com mais juízo, mas corajosos para arriscar.

Mel: Vamos. - sorriu de canto e a vontade que eu estava era de a beijar. 

Luan: Posso te beijar? - indaguei num impulso e ela arregalou os olhos.

Mel: Melhor não. 


Assenti e peguei em sua mão a acariciando. Alice veio correndo sorrindo e abraçou nós dois. Passeámos mais um pouco e voltámos para casa na hora do jantar. Os sogros jantaram com a gente já que estavam nos esperando para saber como a gente estava. 


Mel: Estou bem sogra, os remédios da dor ajudaram bastante e já estou como nova. Apenas algumas marcas negras persistem mas nada que não passe. 

Mari: Ainda bem. E já consegue fazer esforços? 

Mel: Mais ou menos, os pontos ainda não saíram todos. Preciso tomar cuidado. 

Amarildo: Melhor se cuidar mesmo. Seu carro não teve arranjo nora, tenho estado a par disso e me disseram que a parte mais importante foi afectada e que não vale a pena arrumarem porque vai sair mais caro que um novo. 

Mel: Não tem problema, não sei se terei coragem de voltar a conduzir agora. - falou se apercebendo disso. 

Luan: Eu te ajudo se você quiser, não vou deixar você conviver com esse medo. - apertei sua mão por cima da mesa e ela sorriu agradecendo. 


Alguns dias se passaram, e logo mais meus filhos estavam voltando para casa. Acordei sentindo uma mão pequena em minha barriga e quando abri os olhos vi minha princesa me abraçando. 


Alice: Bom dia papai. 

Luan: Bom dia amorzinho. - beijei seu rosto e ela se levantou pegando num embrulho que tinha ali. 

Alice: Palabéns. - me deu o presente e só então me lembrei que hoje era dia do meu aniversário. Com tanta coisa acabei esquecendo completamente. 

Luan: Oh filha, obrigado. - me deu um abraço. Abri o presente e me deparei com uma t-shirt com o símbolo do Superman marcado. 

Alice: Superpapai. - falou dengosa e me emocionei a puxando para um abraço forte. - Ai papai, vai me matar.

Luan: De amor minha coisa linda. 

Alice: Te amo muto. - falou assim que parei. - Cê é o senhor mais munito que já vi. 

Luan: Tanto mimo. - brinquei com ela - Assim vou ficar mal acostumado. 

Alice: A mamãe que falou isso. - confessou e me admirei. 

Luan: Foi? Que mais ela disse? 

Alice: Que o senhor é um pincípe e que salvou ela. A mamãe é uma pincesa né? - me perguntou sapeca. 

Luan: É meu amor, sua mãe é uma princesa. - acariciei seu rosto - Assim como você. 

Alice: Como cê salvou ela? Foi de cavalo? - ri da sua ingenuidade. 

Luan: Não minha filha, salvei com amor, com sorrisos, com carinhos. 

Alice: Então cê tamém salva eu. - constatou e assenti a abraçando. 

Luan: Papai vai tomar banho pra gente descer tá bom? 

Alice: Não demola vaidoso. - disse brincalhona e vendo a minha cara riu correndo pelo quarto. 

Luan: Sapeca, não faz besteira. - avisei e ela assentiu prontamente ligando a tv pra ver desenho. 



Mel On: 


Luan estava comemorando 28 anos e mandei Alice levar o presente que compramos juntos num dia desta semana quando saímos com Mari. Também tinha o meu guardado. E como ele nem falou de festa ou comemoração aposto que esqueceu. Mas não deixaria passar a data em branco. Dr. Eduardo disse que os bebés podiam voltar pra casa hoje e seria uma ótima surpresa para ele que não sabia. Preparei um café da manhã caprichado na piscina e chamei os sogros e a Bruna. Mais tarde teria festinha de piscina com churrasco e com toda a galera. Sim, a gente ainda estava se entranhando e parecendo que não eu estava me esforçando demais para não o magoar com a minha distância. Eu precisava desse tempo e ele estava sabendo respeitar. Passava os dias brincando com Alice e me levando no hospital. Sabia que ele sentia falta dos palcos, mas era melhor mesmo tê-lo em casa por perto. por enquanto. O vi descendo com Alice no colo e já estava vestindo a blusa que ela lhe deu, sorri assim que o vi. 


Mel: Parabéns. - disse assim que ele chegou perto. 

Luan: Obrigado. - beijou meu rosto e suspirei. 

Mel: Vamos tomar o café? 

Luan: Ué, não está na cozinha? - perguntou me vendo ir para o lado externo. 

Mel: Hoje não. - sorri sapeca e ele me olhou sem entender mas quando chegou na área da piscina os seus pais e irmã gritaram "Parabéns" o fazendo se emocionar. 


Luan direcionou o seu olhar para mim e sabia que muita coisa deveria estar passando na sua cabeça neste momento, e ele não fazia ideia do quê. 



Boa tarde! Primeiro de hoje, cheio de emoção e fofura. Gostaram? O que vocês acharam da conversa do nosso casal? E esse niver que nem o aniversariante se lembrava? O que será que vai rolar? Comentem amores, mais logo tem outro! Beijos e bom sábado *.*

6 comentários:

  1. Ooooonw, num sei se acho triste ou lindo kkk Espero que ele fiquem bem logo e voltem a ser esse casual adulto adolesceste kk. Mel fofa preparando surpresa pra ele mesmo estando magoada *-*

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    1. ahahahah acha lindo ! ahah Eles se amam e mesmo magoados não conseguem ser frios um com o outro mesmo que tentem kkkk

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  2. "Posso te beijar? "
    "Melho não"
    Que dó! kkkkkkkkkkkk
    Acho que as coisas estão se resolvendo.
    Coitado, nem lembrou do próprio aniversário.

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    1. kkkkkkk Agora melhor ele pedir, senão vai levar de novo ahah
      Ele anda a leste ahah

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  3. Meu Deus chorei horrores nos outros capítulos e nesse tbm!! Como não comentei nos outros vou comentar nesse. Não acho que o Luan seja 100% culpado, a Mel também foi pq qurm mandou ela ir na Balada, quem mandou ela dirigir quando estava chorando. A culpa foi dos dois. Mais já chega de briga, quero meu casal de voltaaaa!!! Não aguento mais ver eles assim, e a Mel tinha que ser menos orgulhosa... Tadinho do Rafa!!

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    1. Tadinha ahah
      É, mas se ela não fosse atrás não saberia nunca dessa saída e mentira do Luan, tudo bem que há coisas que melhor manter escondido mas no caso não teve como esconder.
      Mas sim, eles tiveram culpa, ela tinha que ter mais cabeça e mesmo que conduzisse nesse estado teria de prestar mais atenção.
      Ela está magoada ahahah mas logo trarei novidades ahah

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